Vocês já reparam como algumas palavras aparecem na mídia e, de repente, viram moda? De repente, algo que nunca tínhamos ouvido falar, começa a aparecer em todos os lugares.
Eu não estou aqui para criticar esses modismos, mas confesso que as vezes me incomodo com a forma com que esses assuntos são maciçamente explorados, principalmente na internet.
Um desses assuntos é o MINIMALISMO.
Minimalismo é a nova palavra da moda, principalmente entre pessoas que já se cansaram do consumismo desenfreado e agora estão prestando um pouco mais de atenção em coisas que o dinheiro não pode comprar, como a satisfação com a vida e a felicidade.
Mas, ser minimalista, não significa viver em um apartamento pequeno com poucos móveis modernos e brancos e não ter televisão. Também não significa se livrar de todas as roupas, não ter mais prazer algum fazendo compras e só pensar em viajar.
Minimalismo é muito mais do que um estilo de vida ou uma preferência estética. É uma ferramenta que pode ajudar a todos aqueles que estiverem dispostos a se livrar dos excessos em favor de se concentrarem no que é importante para encontrar a felicidade, realização pessoal e, principalmente, liberdade.
Quando identificamos o que não é necessário, começamos a tomar decisões mais conscientes e isso acaba nos libertando de medos, preocupações, angústias, culpa e das armadilhas do consumo que acabamos construindo em nossas vidas e que nos fazem sentir que estamos presos aos nossos empregos ou a determinados círculos sociais.
Para ser minimalista não existe regra. Não existem 10 passos que farão você se livrar de tudo o que é desnecessário da sua vida. Até porque, cabe a cada um saber o que é importante para si mesmo. Esta mudança está diretamente ligada ao que cada um entende como felicidade.
Por isso, não está errado querer ter um carro confortável, roupas bacanas ou uma bela casa se essas coisas são importantes para você e fazem a sua vida feliz. O problema está no significado real que essas coisas tem nas nossas vidas e no sacrifício que as vezes fazemos para possuí-las sem perceber o quanto elas arruinam nosso bem-estar, nossos relacionamentos e até mesmo nossa saúde.
Meu pai sempre achou que ter um carro bacana o fazia parecer bem sucedido aos olhos dos outros. Ele trocava de carro todo ano e por causa das prestações altíssimas ele deixava os filhos estudarem em escola pública, parava de pagar o plano de saúde, nunca teve dinheiro para fazer uma viagem e acabava brigando com a minha mãe com frequência porque não sobrava dinheiro para coisas mais importantes. Será que a satisfação de ter um carro zero Km compensava tudo isso? Eu tenho certeza que não, até porque ele morreu aos 51 anos vítima de um AVC comprovadamente causado por anos de stress e de uma vida completamente cheia de excessos.
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Mesmo não existindo regras para se tornar minimalista, existem alguns caminhos que podem ser um excelente ponto de partida caso você esteja interessado em começar essa jornada. Foram três mudanças importantes que fiz na minha vida e que contribuíram para que eu fosse mais feliz no longo prazo:
1. Liquidei todas as dívidas
Para comprar tudo o que eu tinha vontade, eu me tornei a rainha das prestações e achava que o cheque especial fazia parte do meu salário. No momento em que eu fazia as compras eu ficava super feliz, mas era só olhar a minha conta negativa e a angústia e o arrependimento começavam. Depois de muito tempo pagando um absurdo de juros, me dei conta do quanto isso tirava o meu sono eu resolvi tomar uma atitude. Foi difícil, mas depois disso começou a sobrar dinheiro para fazer uma previdência, sair para jantar fora que é uma coisa que eu adoro e nunca podia fazer e viajar pelo menos duas vezes por ano. Troquei coisas que me faziam sentir culpada por experiências que me faziam feliz!
2. Diminuí radicalmente as idas ao shopping
Este era o meu lugar preferido para passar o tempo e passear. Adorava olhar vitrines e receber pilhas de catálogos em casa. Meu coração chegava a acelerar quando eu lia a palavra 50%OFF em uma vitrine. Além de sempre ter parcelas no cartão de crédito por causa disso, com o tempo percebi que 2/3 do que eu comprava eram usados apenas uma vez, quando não ficava esquecido no armário. Resumindo, para que comprar? Depois que parei de ir ao shopping eu percebi que eu não só deixei de comprar coisas inúteis, mas comecei a usar mais as roupas que eu já tinha em casa.
3. Abri mão de absolutamente tudo o que não tinha utilidade
Qual é a razão de manter uma coleção de 400 CDs em casa se você só ouve música pelo celular? Além de acumular poeira e ocupar espaço, não faz sentido ter apego a algo que não tem utilidade nenhuma. Quanto menos coisas inúteis você tiver em casa, menos tempo você ou sua faxineira vai passar limpando. Isso pode resultar em uma casa mais limpa, organizada e também em mais tempo para você fazer coisas mais interessantes do que limpar a casa.
Falando assim, parece que foi fácil. Mas, não foi. Esse processo todo demorou cinco anos para acontecer. O mais importante foi que uma coisa levou à outra quase que automaticamente. Depois de me livrar das dívidas não fazia sentido criar novas parcelas para comprar roupas e, depois de parar de comprar, não fazia mais sentido manter o que estava parado sem uso há tanto tempo.
Depois de perceber que viver dessa forma se tornou natural, eu me senti livre para fazer outras mudanças acontecerem, como pedir demissão para viajar 🙂
Gostaria de saber a sua opinião. Você concorda que o minimalismo pode ser um dos caminhos para ter uma vida mais feliz ou acredita que ainda vamos viver algum tempo na sociedade do consumo?
E se quiser saber mais sobre o assunto, dá uma olhada no meu canal no YouTube!